Em relação às previsões meteorológicas, houve pouca chuva durante o mês de junho em todo país, com exceção de chuvas mais pontuais no Norte e Sul do país, abastecendo as bacias do Tocantins e do Iguaçu. Para julho, espera-se um aumento da ocorrência de chuvas para as semanas 1, 2 e 4. As chuvas no Sul decorrem de uma nova frente fria no início da primeira semana operativa, com foco nas bacias do Jacuí, Uruguai, Iguaçu e incremental Itaipu. No Norte do país, espera-se que que ocorram pancadas de chuvas durante o mês inteiro, especialmente na 3ª semana.

Condições Hidrometeorológicas

A ENA do SIN foi a pior do histórico, com uma média de 66% da MLT. Verificou-se baixos níveis dos reservatórios, em especial do Sudeste/Centro-Oeste, que está abaixo de 30% de sua capacidade. Em compensação, no subsistema Sul, o nível se elevou para 61,4%.

Política Operativa

Como destaques das medidas operativas, temos a diminuição da exploração de disponibilidade energética no Norte, com aumento de geração eólica e exportação no Nordeste. A geração no SE/CO será minimizada devido às condicionantes hidráulicas.

A minimização da geração na bacia do Paraná e exploração dos intercâmbios N-SE/CO e N-NE fazem parte da política de recuperação dos armazenamentos no SE/CO, Sul e NE. Dada às condições hidrológicas desfavoráveis, o CMSE continuará acompanhando as condições do SIN ao longo de julho. Espera-se utilizar o armazenamento de São Francisco para o final do ano, visto que os baixos armazenamentos permanecerão ao longo do período seco.

Restrições Operativas

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) deliberou a flexibilização das vazões defluentes mínimas das UHE Jupiá e Porto Primavera (2.300 m³/s e 2.700 m³/s, respectivamente) a partir de 1º de julho. Também foi flexibilizado o nível mínimo da UHE Ilha Solteira para abaixo da cota 325,4m. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que a partir de julho, serão atingidos níveis abaixo deste limite.

A Resolução ANA 84/2021 autoriza a operação excepcional em nível acima de 325,0 m para o mês de julho e primeira semana de agosto. A operação de Furnas e Mascarenhas de Moraes também foi flexibilizada até 30 de novembro para as duas usinas. As vazões na bacia do São Francisco também foram flexibilizadas (válidas até novembro ou caso o reservatório atinja 40% VU). Como consequência, a vazão mínima de Xingó foi reduzida para 800 m³/s. Vale ressaltar que Sobradinho está na faixa de atenção desde 19 de junho. As restrições de Jupiá, Porto Primavera e Xingó serão consideradas no deck da CCEE de julho.

Despacho Térmico

O mês de junho teve o maior despacho por garantia energética desde janeiro desse ano. Houve também necessidade de importação de energia da Argentina e Uruguai. Em relação à geração termelétrica, as três usinas a GNL receberam indicação de despacho antecipado por ordem de mérito de custo para a semana de 28/08 a 03/09. Assim, há previsão de despacho para Porto Sergipe I nessa semana.

Projeções para Julho e Agosto

Há expectativa de patamares elevados de carga do setor industrial, além da retomada e aumento da demanda do setor de comércio e serviços, dado o avanço das campanhas de vacinação no país. A carga do SIN projetada para julho ficou de 66.286 MWmed e 67.589 MWmed para agosto, um aumento de 4,7% e 4,6% em relação a julho e agosto de 2020, respectivamente. Em relação a junho de 2020, as taxas de crescimento por subsistema são: 4,0% para SE/CO, 3,5% para o Sul, 7,1% para o Nordeste e 7,9% o Norte.

A partir do PMO de julho de 2021, o Modelo SMAP/ONS (modelo físico de chuva-vazão) é utilizado até a segunda semana operativa para todos os aproveitamentos que já possuíam a primeira semana prevista através dele, em substituição ao Previvaz (modelo estocástico de previsão de vazões). A Partir do PMO de agosto de 2021, o modelo SMAP/ONS será utilizado para a primeira semana operativa das bacias do Xingu e Teles Pires, que antes era feito pelo Previvaz.

Espera-se um aumento nas vazões do subsistema Sul e diminuição nas vazões dos outros subsistemas. Mesmo assim, a previsão de julho indica ENAs abaixo da média histórica para todo o SIN. Destaca-se que os subsistemas Sudeste (63%), Sul (53%), Nordeste (43%) e Norte (80%) apresentam MLT abaixo da média histórica, conforme apresentado na Tabela 1.

A seguir temos as ENAs dos subsistemas para a próxima semana operativa e para o mês de julho:

Tabela 1: ENERGIAS NATURAIS AFLUENTES PREVISTAS POR SUBSISTEMA (MWmed)